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Aqui você têm pequenas notas biográficas de pessoas que fizeram e fazem parte da vida de nossa comunidade. São personagens que, nascidas ou não em Monsenhor Paulo, contribuíram e contribuem para o desenvolvimento de nossa querida Ponte Alta, e engrandecem o nome de nossa cidade no cenário nacional.

 

 

                                                              Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena

mons paulo bioPaulo Emílio Moinhos de Vilhena nasceu em Campanha no dia de Santo Antonio, padroeiro da cidade, isto é 12 de junho de 1847. Filho do Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena, natural da freguesia de São Gonçalo e Dona Escolástica Joaquina de Oliveira Carvalho, natural de Campanha.

Seus avós paternos foram Coronel Mathias Gonçalves Moinhos de Vilhena e Dona Iria Claudiana da Silveira, naturais da antiga comarca do Rio das Mortes, São João Del Rey. Seus avós maternos foram Tenente Domingos de Oliveira Carvalho, natural de Goiás e D. Brígida Silveira de Carvalho, natural da vila de Cristina.

Paulo Emílio foi batizado em 16 de julho de 1847 pelo Vigário João de Deos Oliveira, sendo padrinhos seu irmão Domingos de Oliveira Carvalho Vilhena e sua irmã Maria Amália Oliveira Vilhena.

Iniciou seus estudos em Campanha e posteriormente, aos 19 anos, foi para o Seminário de Mariana, que nessa época funcionava no Caraça, onde foi matriculado em 5 de outubro de 1865.
Estudou filosofia escolástica, teologia moral e dogmática, direito canônico, hermenêutica, liturgia e eloqüência sagrada. Em 3 de maio de 1870 recebeu as ordens menores, em 8 do mesmo mês recebeu o subdiaconato e em 29 de janeiro de 1871 recebeu o diaconato.

Na manhã fria de 4 de junho de 1871, no Santuário do Caraça, recebeu das mãos de Antonio Ferreira Viçoso, Dom Viçoso, Bispo da diocese de Mariana as ordens sacerdotais. (1)

Retornando para sua cidade natal, Campanha, iniciou sua vida sacerdotal como coadjutor do vigário daquela cidade.

“De compleição franzina, Padre Paulo mantinha uma fé inabalável e vivificadora. De extrema humildade era seu maior encanto o exercício de suas atividades sacerdotais, enfrentando léguas a cavalo, na capela de Ponte Alta, entre a gente simples e boa da zona rural.

Mercê de suas qualidades foi galgando degraus nas dignidades da igreja: Coadjutor do vigário de Campanha, ao mesmo tempo incumbido da capelania de Ponte Alta, Vigário de Campanha, cônego, Cura da Sé, vigário geral do Bispado, monsenhor e protonatário Apostólico. Mas para o povo sempre e até a morte haveria de ser o “Padre Paulo”, expressão de sua familiaridade com os pequenos, com os humildes, com os necessitados – os seus prediletos.

As práticas religiosas de doce, suave simplicidade, penetravam no coração de todos, dos grandes e pequenos, vivificando a fé, ensinando a caridade, aconselhando a resignação.

A sua assistência espiritual animava, consolava e não faltava, pronto a acudir a quantos precisavam de socorro, nas zonas rurais miraculosamente afrontando, com a debilidade de seu físico, a aspereza das estradas, as trevas da noite, as rajadas das intempéries.

E sua assistência material? – de quem começava por nada possuir, por nada guardar, tudo distribuindo, de tudo se privando!

Seja contemplando sua obra de um São Vicente de Paulo, a realizar prodígios, com a força de sua fé conseguindo essa verdadeira multiplicação de recursos que obtém, para amparar os desvalidos, as órfãs, as viúvas, que a todos socorre, culminando a ação que desenvolve, na Santa Casa de Misericórdia que reergue engrandece, sendo provedor por um quarto de século, e no Orfanato que lhe é anexo, objeto de seus maiores carinhos.” (2) Padre Paulo era muito virtuoso. Quando houve uma epidemia de tifo, na zona rural de Ponte Alta, com um carro de boi ele recolhia os doentes e os levava para a casa paroquial, fazendo dela um hospital. Vidas foram salvas graças a ele que passava noites dando remédio para os doentes. (3).

Ângelo Giuseppe Bellato pediu para ser confessado pelo Pe. Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, que em sua bondade, foi de Campanha a Ponte Alta a cavalo, a meu pedido, e por lá chegou em uma noite bastante fria e, após tomar um cálice de vinho do Porto, foi para o quarto a fim de confessar Ângelo. Terminada a confissão, disse para os presentes: "Estou feliz, pois hoje atendi em confissão um de meus melhores amigos". (4)

“Ele era realmente um homem de Deus, um homem de caridade, nos sabemos também que sua caridade ia a tal ponto, porque ele vivia junto com sua irmã que cuidava da casa e ela muitas vezes falava com ele: onde está o pão que comprei pra gente comer? Ele dizia: passou um pobre pedindo pão e eu dei, e sua irmã dizia: Paulo o que vai comer? Ele dizia não tem importância o pobre vai comer; de outra feita ela foi arrumar a cama dele e não estava o cobertor e então perguntou Paulo onde está o cobertor e ele respondeu: passou um pobre pedindo cobertor e ela perguntou: Paulo você dormiu assim? Ele respondeu, mas ele dormiu coberto... então ele era dedicação, doação, ele não queria nada para ele. Tinha um lema: não há sacrifício para quem ama.” (5).

Com a chegada do Monsenhor Paulo Emílio, o bairro (Santa Cruz) tomou novo aspecto. Ele realizava casamentos de pessoas que já moravam juntas e de novos solicitantes, preocupando-se em colocar em ordem a situação dos casais e também cuidava dos batizados. Para estes serviços nada cobrava, só recebia alguma oferta quando alguém podia lhe oferecer. Dizia: “Nada cobro de ninguém, mas se alguém quiser me dar uma esmola, aceito”. O vigário vinha de Campanha a cavalo, algumas vezes para dar assistência espiritual ao lugar (bairro Santa Cruz), bem como ao povoado de Ponte Alta.

De vez em quando o vigário fazia procissões, saindo do centro de Ponte Alta indo até o Cruzeiro, onde realizava uma missa. (6).

Monsenhor Paulo Emílio foi Vice-Presidente da Câmara de Campanha e lecionou no Colégio Santa Maria de São Gonçalo do Sapucaí.

Seguiu sua vida sacerdotal sempre em Campanha e prestando assistência aos fiéis da vila de Ponte Alta até o fim de sua vida o que aconteceu no ano de 1926, mais precisamente no entardecer do dia 6 de janeiro, dia de Santos Reis. Aos 78 anos de idade faleceu em casa de sua sobrinha D. Escolástica Vilhena de Valadão, depois de curta enfermidade. Seu corpo foi encomendado pelo bispo diocesano D. João de Almeida Ferrão, que celebrou missa juntamente com o Bispo Coadjutor D. Inocêncio Engelke. Grande acompanhamento seguiu até o cemitério de Campanha, com a Banda Zoroastro de Azevedo executando marchas fúnebres. Dando o último adeus ao venerando sacerdote, discursou o Sr. Aureliano de Assis Toledo.

Dia 8 de dezembro de 2005 em comemoração ao dia da cidade de Monsenhor Paulo, por iniciativa e colaboração do Dr. José Clóvis Azevedo,  seus restos mortais foram removidos de seu sepulcro em terras campanhenses e seguiram para repousar eternamente sob o solo da cidade que ele viu nascer, que ajudou a crescer e que catequizou, plantando a semente da paz, do respeito ao próximo, da solidariedade cristã e do amor a Jesus Cristo.

OBS: A lápide de seu antigo jazigo, em Campanha, também foi transferida para seu túmulo em Monsenhor Paulo.

Autor: Francisco de Paula Belato

Fontes:

(1)- Cúria diocesana de Mariana (MG)

(2)- Alfredo Valadão – Campanha da Princesa – vols.I a IV

(3)- Depoimento de D.Ernestina Bellato Baldim

(4)- Depoimento de Sílvio Bellato

(5)- Depoimento de Dra. Maria Gerty Andrade Vilhena

(6)- Depoimento do Sr. João Isaias a Esther Lopes
       Centro de Estudos Campanhense “Mons. Lefort”
       Cúria Diocesana de Campanha


          

                                                              Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena

                                                                           Autor: Francisco de Paula Belato

major mathias-bioO Major Mathias Antonio Moinhos de Vilhena nasceu 1801, na freguesia de São Gonçalo, filho do ilustre casal Coronel de Milícias Mathias Gonçalves Moinhos de Vilhena e Dona Iria Claudiana Umbelina da Silveira, irmã de Bárbara Heliodora.

Casado em 1828 com Dona Escolástica Joaquina de Oliveira Carvalho, filha de Domingos de Oliveira Carvalho, rico comerciante da cidade de Campanha.

O casal teve doze filhos: Tenente Coronel Domingos de Oliveira Carvalho de Vilhena, casado com D. Maria Úrsula de Freitas; Desembargador João Bráulio Moinhos de Vilhena casado com Manuela Augusta de Alckmin; Tenente Coronel Mathias Antonio Moinhos de Vilhena Junior casado com Dona Francisca de Paula Dias; Capitão Antonio Carlos Moinhos de Vilhena casado com Maria Bárbara de Miranda; Francisco Moinhos de Vilhena faleceu jovem; Cônego José Theophilo Moinhos de Vilhena, foi vigário de Campanha por mais de dezesseis anos; Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, vigário geral do Bispado de Campanha; Maria Amália de Vilhena casada com o Comendador Manoel Ignácio Gomes Valadão; Maria Rita de Vilhena casada com Seraphim Antonio de Paiva Pereira, natural de Portugal; Anna Edwiges de Vilhena casada com Antonio de Souza e Silva Brito, português; Maria do Carmo Vilhena e Maria Emília Vilhena, que se conservaram solteiras.

O Major herdou de seu progenitor os sentimentos de honra, de civismo e principalmente de religião e bondade que transmitiu á sua prole.

Especiais condições de família impediram que fizesse estudos mais regulares, grande era o número de seus irmãos e, assim, pesados os encargos da casa paterna, rica a principio, aos poucos foi exaurindo, em parte mercê do insucesso da Inconfidência Mineira, pois seu pai o Coronel Mathias era concunhado de Alvarenga Peixoto.
Pertenceu a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês onde foi Prior.

Foi, por algum tempo escrivão de Órfãos (1), se consagrou á agricultura, abrindo a importante fazenda “Conceição”, na freguesia de Vargem Grande, atual Monsenhor Paulo, mercê principalmente da considerável herança paterna, que, filha única, sua esposa recebera. A carreira política não o seduzia.

Era, porém, um liberal, e cumprindo rigorosamente seus deveres cívicos, sempre interessado pelo progresso de sua terra e de sua pátria. Foi um genuíno patriarca, educando seus filhos, no ensino e no exemplo das suas mais apuradas virtudes cristãs. Mantinha, em seus hábitos, na sua apresentação e na sua indumentária a linha fidalga, mas ao lado disso era um espírito voltado para Deus e para os menos afortunados.

Fazia transportar e hospedava bispos e missionários para a pregação. Reparava templos e construía capelas. Compadecia dos enfermos e foi um dos grandes benfeitores da Santa Casa de Campanha, da qual foi eleito provedor em 1851, missão que desempenhou com grande empenho, sacrifícios e benemerência.

Fez erguer, pelos seus escravos, uma capela, em 1876, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, que era a protetora de sua fazenda. Capela, ao redor da qual surgiu o povoado de Ponte Alta, e que se ligará, para sempre, á figura de seu filho, Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, que sendo vigário do bispado de Campanha vinha ali dar assistência aos fiéis do povoado.

O Major Mathias possuía a princípio considerável fortuna, mas a foi diminuindo, na sua desambição, no vasto auxílio prestado a obras religiosas, na educação de seus filhos, que eram muitos, e nessa caridade que derramou sempre, a mancheias, um São Vicente de Paulo, inclinado para os pobres, a surpreendê-los com seus socorros, bendito por tantos lares campanhenses e da freguesia de Vargem Grande.

Cercado do carinho dos familiares e amigos o Major Mathias faleceu piedosamente em Campanha no ano de 1886. O jornal “O Despertador” daquela cidade anunciou seu falecimento:

“Com o passamento do major Mathias perdeu a Campanha um de seus mais distintos e honrados cidadãos, um verdadeiro patriota que nunca poupou esforços para o engrandecimento material e moral desta terra, que está cheia de seus benefícios.
Muitas vezes, o major Mathias, guiado pela justiça e pelos doces sentimentos que inspira a religião do Cristo, livrou da miséria famílias inteiras. O nome da major Mathias está gravado com letras indeléveis no coração dos pobres, e este é o seu maior padrão de glórias. No dia 8 houve o seu enterramento, sendo imenso concorrido, o que prova exuberantemente quanto era considerado”.


Fontes: Arquivo Público Mineiro; Alfredo Valadão - Campanha de Princesa vols.2 e 4; Cúria Diocesana de Campanha, Cúria Diocesana de Mariana, Centro de Estudos “Mons. Lefort”.
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(1) Escrivão dos órfãos era o oficial público que atuava com a autoridade do juiz dos órfãos, reduzindo a escrito todos os atos dos processos que cabiam ao dito juiz. Era cargo de provimento real que tinha mandato de 3 anos, devendo o candidato ter no mínimo 30 anos de idade.


                                      

                                                             José Martins dos Santos

jose martins miniEra assim que se chamava o Zé Martins, filho de Francisco Martins dos Santos e Maria Augusta Goulart.
Nasceu em Campanha a 13 /12/1914, e aí aprendeu a profissão de barbeiro tornando-se profissional na área e sendo o único na cidade de Monsenhor Paulo por décadas . Também ensinou a profissão para alguns que o substituiram.

Aos 19 anos casou-se com Alice Leffon e desta união nasceram 9 filhos: Walter, José Fábio, que ficou conhecido por Zé Gordinho, a Maria Thereza, Diva , Luiz Wanderlei,Edith, Francisco, Carlos Roberto e Odilon Paulo.

José Martins além de exercer a profissão de barbeiro envolveu-se em outras atividades com o intuito de ampliar o seu orçamento familiar e assim por um período foi sócio do Sr. Geraldo Teixeira na representação de um banco de Varginha num cômodo anexo a barbearia e ainda em simultâneo havia uma perfumaria e artigos para presentes, uma banca de revistas e jornais.
A atividade mais interessante para nós crianças foi o cinema em sociedade com o compadre Ernesto Baldim, no salão paroquial, alugado pelo Revdo Padre Fernando Sales da Silveira.
Os filmes eram exibidos às 5ªs, sábados com reprise aos domingos.

Quando muito jovem jogava futebol aos domingos e dava vazão à sua veia artística tocando na banda musical organizada pelo sr. Américo Silveira.
Desde muito jovem foi envolvido na política e exerceu funções inerentes à mesma como vereador e presidente da ARENA e por fim em 1970 foi eleito Prefeito Municipal de Monsenhor Paulo.

Na década de 60 se empenhou ao lado do padre Rogério Abdala, Afonso Totti, Joaquim Pedreira e Joaquim Roque para a construção do Clube ARPA, Ginásio Estadual , Escola Normal, esta última inaugurada na sua gestão de prefeito.
José Martins dos Santo foi uma pessoa sonhadora, dinâmica,e quando assumiu o comando do Município trabalhou para a transformação da rede tefônica em linha direta...o que aconteceu quase imediato a sua morte.
Teve grande influência no setor saúde intensificando o tratamento padronizado e sistêmico de Hanseníase que por longos anos constituiu tabu na região e principalmente na cidade de Monsenhor Paulo, bastante afetada por esta doença.
Dedicou-se com primor à educação Rural e na sua gestão criou-se o MOBRAL.

Cuidou com especial dedicação da arborização da cidade com hibiscos ao ponto de ser apelidado jocosamente pela oposição de " Zé beijo "
Também ornamentou e manteve um novo visual do Cemitério Municipal, sinal de respeito com o local onde repousam os filhos da terra, que passou a ser sua.
Idealizou o calçamento com piso sextavado, produzido pela prefeitura, foi de grande valia para a cidade, uma vez que a periferia era apenas de cascalho.
Ele foi uma pessoa caridosa e ainda hoje temos ouvido histórias referentes às suas façanhas, pagando conta de farmácia para A, curso de datilografia para B, ajudando a arrumar emprego para uma e casamento para outrem, portanto, seu espírito benemérito sobressaia de diversas maneiras.

Tudo fez Deus no seu devido tempo também pós a eternidade no coração do homem.(Ecl 3,11)
Assim a sabedoria é justificada pelas suas obras.( Mt 11,19)

Depois de sua morte em 27 de julho de 1984, foi condecorado pela prefeitura como cidadão honorário, uma vez que era nascido na cidade da Campanha, e seu nome foi colocado na av. de entrada da praça esporte. Av. Prefeito José Martins dos Santos.
Os filhos dos filhos são a coroa dos velhos e a glória dos filhos são os pais. (Prov 17,6)
O amor é sempre eterno se for amor. E o tempo não consegue apagar a ternura que nos impregnou.

Colaboração de Maria Teresa Leffon Martins Valverde "Zica"

 


                                                         Joaquim Santiago Pereira

pref joaquim santiagoNasceu aos seis de janeiro do ano de 1892, na então vila de Paredes, hoje cidade de Cordislândia. Era filho do fazendeiro Nicolau Pereira Mendes, português, e sua mulher D. Emília Gracina Maciel. Fez seus estudos na cidade de São Gonçalo do Sapucaí.

Casou-se em 29 de maio de 1915, aos 27 anos de idade, com Rosina Rizolina Pereira de 16 anos de idade, filha de Justiniano Procópio Pereira e D.Áurea Rizolina Pereira, de tradicional família de Elói Mendes, Estado de Minas Gerais. A cerimônia foi realizada na Matriz de Elói Mendes, pelo Cônego José Dias Machado, sendo testemunhas Horácio Alves Pereira e Brasilino Alves Pereira.
Dessa união nasceram sete filhos: Oto Santiago Pereira; Nivaldo Santiago Pereira; Áurea Santiago Pereira; Nicolau Santiago Pereira; Joaquim Santiago Pereira Filho; Renato Santiago Pereira e Maria Tereza Santiago Pereira.

Sempre foi conhecido como Joaquim Nicolau devido ser filho de Nicolau Pereira.Iniciou sua carreira política como vereador da Câmara de Campanha, representando a então vila de Ponte Alta. Em 1948, com a emancipação política e administrativa da vila de Monsenhor Paulo, foi eleito prefeito pelo PSD em 6 de março de 1949 tendo como adversário pela UDN o Sr. Vicente Pinto Ribeiro. Empossado no dia primeiro de janeiro de 1950, tendo como vice-prefeito o Sr. Luiz Tavares, organizou a prefeitura e iniciou as negociações para a colocação da rede de abastecimento de água.

Completando 2 anos de mandato o Sr. Joaquim renunciou e assumiu o vice prefeito Sr. Luiz Tavares.
Depois de sua renúncia não mais militou na política local, tendo tão somente apoiado seus filhos Nicolau Santiago Pereira e Nivaldo Santiago Pereira que militaram na vida pública da cidade.
O Sr. Joaquim Nicolau foi figura importante na vida de Monsenhor Paulo, fazendo parte de todas as obras realizadas em nossa comunidade, foi também participante do tribunal do júri da comarca de Campanha e vereador representando o distrito na Câmara de Campanha.

Sr. Joaquim residiu em Lambari, posteriormente em Belo Horizonte, tendo retornando para São Gonçalo do Sapucaí aonde veio a falecer cercado do carinho de familiares e amigos tendo sido sepultado no cemitério daquela cidade.

Autor Francisco de Paula Belato
Fontes:  Câmara Municipal de Monsenhor Paulo
             Paróquia de Elói Mendes
             Nicolau Santiago Pereira

 


                                                                      José Fábio Bellato

fabinho2Nasceu em 11 de abril de 1937 na então vila de Ponte Alta, filho primogênito de Pedro Bellato Filho e Palmira Tavares Bellato.
Fez seus estudos primários com as professoras D. Geralda Câmara Furquim e D. Maria Petronilha Totti. Estudou um ano no Ginásio São João em Campanha onde concluiu o curso de Admissão e retornou para sua cidade natal.

Iniciou sua vida profissional no posto de gasolina que, juntamente com seu pai adquiriu dos senhores Ademar dos Santos Pagani e José Furquim. Fazia transporte de leite e café para os fazendeiros locais, e, consertava tratores e caminhões.
Fabinho, como era carinhosamente chamado, casou-se em sete de setembro de 1957 com Raquel Caovilla Baldim, filha de Américo Baldim e Filomena Caovilla Baldim. Dessa união, de 54 anos, nasceram três filhos: Pedro Américo casado com Marlene Totti dos Santos, Rita de Cássia casada com Nilton Xavier e Marta casada com Pedro Paulo Pagani.

Participou ativamente da política municipal tendo sido vereador eleito pela UDN/PSD para o mandato de 1963/1966. Prefeito eleito pela ARENA I governou a cidade de 31/01/1967 a 30/01/71, tendo como vice-prefeito o sr. Afonso Totti. Durante seu mandato iniciou a construção do prédio da Escola Normal e deu grande impulso ao serviço de calçamento e reparo de estradas.

Após deixar a prefeitura abandonou a política partidária para dedicar-se as atividades industriais e familiares. Fundou a Fábrica de Carretas Bellato que dirigiu com maestria até sua aposentadoria quando se mudou para Ubatuba no litoral norte de São Paulo. Sete anos depois retornou para Monsenhor Paulo passando a residir em uma fazenda há tempos adquirida.

Fabinho participava ativamente das festas beneficentes em nossa cidade e foi um dos incentivadores e assíduo frequentador da festa do Paulense Ausente e Amigos.
Fabinho lutou bravamente durante anos contra uma doença pertinaz que o vitimou no ano de 2011. Faleceu cercado do carinho de seus amigos e familiares e na paz do Senhor.

Autor: Francisco de Paula Belato
Fontes:  Câmara Municipal de Monsenhor Paulo
             Paróquia de Monsenhor Paulo
             Raquel Baldin Belato


                                                      Ari Tavares

ari tavares bioNascido aos nove de outubro de 1932, filho do ex-prefeito Luiz Tavares e D. Maria de Lourdes Ferreira fez seus estudos primários com D. Aparecida Cunha Tavares até o terceiro ano e os completou com D. Irene Pereira. Foi para o Ginásio São João de Campanha onde concluiu Ginásio e Científico quando transferiu-se para Alfenas tendo concluído o curso de Técnico em Contabilidade.

Aos 19 anos foi para a capital paulista onde trabalhou na Caixa Econômica do Estado de São Paulo e contraiu núpcias com a paulistana Maria Dolores Penha. Viveu algum tempo em São Paulo onde conheceu o Sr. Fabiano Godinho seu colega de república Retornou a sua cidade natal Monsenhor Paulo e juntamente com Fabiano constituíram uma firma de compra e venda de café.
De sua união com D. Maria Dolores nasceram cinco filhos: Gustavo Henrique, engenheiro; Gláucia Maria, médica exerce suas funções no Hospital Alberto Einstein; Glauco Hamilton, advogado; Gisele Heloisa, funcionária do Banco Itaú e Graziele Helena funcionária do Itamarati como interprete.

Ari formou-se advogado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas em Pouso Alegre e seguindo os passos de seu saudoso pai participou ativamente da vida política partidária em Monsenhor Paulo.

Prefeito eleito pela coligação UDN/PSD governou a cidade de 31/01/1963 até 30/01/1967 tendo como vice-prefeito Luiz Serrano Filho. Durante seu mandato, entre muitas realizações, reequipou de máquinas e veículos a prefeitura e montou o repetidor de TV.

Ari retornou para a capital paulista onde exerce com seu filho Glauco Hamilton as atividades de advogado. Ficou viúvo no ano de 2010.

Autor: Francisco de Paula Belato

Fonte: Tereza Tavares (Téca)


                                                                   Domingos Esteval de Rezende

domingos estevamDomingos Estevam de Rezende nasceu em 23 de abril de 1914 na Vargem Grande, Zona Rural do então povoado de Ponte Alta, hoje cidade de Monsenhor Paulo. Foi lavrador até 1941, quando se mudou para Tapiratiba, estado de São Paulo. Lá trabalhou por nove meses, como turmeiro (Chefe de Turma), na Usina de Itaquara. Não se adaptando naquela localidade, retornou para Ponte Alta, estabelecendo-se como comerciante de secos e molhados, “venda” como se dizia naquele tempo e, paralelamente cuidava de um sítio de sua propriedade.

Domingos casou-se em 23 de abril de 1938 com D. Maria Ribeiro, filha do Sr. José Pinto Ribeiro, com quem viveu 62 anos. Dessa união nasceram seis filhos: Benedito que   faleceu em Tapiratiba, Natália falecida aos sete meses, Maria Aparecida, Maria de Lourdes, Maria Célia e Domingos.

Permaneceu no comércio até 1958, quando foi eleito prefeito de Monsenhor Paulo e repassou seu armazém para o Sr. Genésio Cândido Mariano.

Durante os quatro anos de seu mandato, Domingos deu ênfase ao setor de educação tendo inaugurado várias escolas dentre elas a Serra Negra e Dutras. Iniciou o calçamento das ruas da cidade começando pela Praça e Rua Dr. Jefferson, antiga Rua União.

Após a conclusão de seu mandato, em 1961, voltou ao comércio montando uma loja de tecidos, com a ajuda de seu sobrinho Geraldo.

Domingos continuou suas atividades na politica orientando os mais novos sem, no entanto, candidatar-se a qualquer cargo eletivo.

Em 15 de julho do ano de 2000, depois de uma breve enfermidade, Domingos faleceu em sua residência cercado do carinho de seus familiares e amigos e na fé cristã.

“Essa é a história do casal Domingos e Maria. Das batalhas da vida, o casal venceu todas. De lavrador em Tapiratiba a prefeito de Monsenhor Paulo, Domingos soube ensinar o espírito de luta, de honestidade que todo homem deve ter. Mais do que tudo soube ser bom pai de família: o maior patrimônio que deixou para os seus filhos.
Domingos se foi, pois chegou a sua hora. Cumpriu a sua missão na terra conforme a vontade de Deus. Maria continua até hoje cheia de vida e irradiando alegria e energia aos seu filhos.”

Autor: Francisco de Paula Belato
Fontes: Câmara Municipal e D. Maria Ribeiro Rezende



                                                                    José Adamo Belato

 

adamo-biografiaNascido aos 26 de outubro de 1946, filho de Atílio Bellato e D. Maria Nair Caovilla Bellato foi batizado aos três de novembro do mesmo ano pelo saudoso Cônego Fernando Salles da Silveira tendo como padrinhos José Caovilla Sobrinho e Janice Baldim Caovilla. Crismado em agosto de 1947 por D. Inocêncio Engelk sendo seu padrinho Adamo Covilla, seu avô. Aos sete anos fez sua primeira eucaristia tendo sido “coroinha” do Padre José Ribeiro da Silva.

Seus estudos primários foram feitos com as professoras D. Geralda Câmara Furquim, Maria Totti e Maria da Glória Silva Belato posteriormente estudou no Ginásio Presidente Kennedy de Monsenhor Paulo tendo completado o curso ginasial. Terminou o ensino médio na Escola Normal Padre Rogério.

Trabalhou na oficina de ferreiro de seu pai e quando esse deixou seu ofício para cuidar de sua loja de ferragens, José Adamo juntamente com seu irmão Pedro Anselmo assumiram a o comando da oficina.

Em pouco tempo transformaram a oficina em uma pequena indústria de fabricação de grades, vitrôs e janelas de ferro para residências, indústria essa que hoje é umas das maiores do Brasil e leva o nome de MGM da qual Adamo é o diretor-presidente.

José Adamo cursou direito na Faculdade de Varginha (1973/1976) de onde saiu bacharel em direito.

Concomitantemente com suas atividades industriais participa ativamente da politica partidária de sua cidade natal e do estado. Foi vereador na legislatura 1973/1977 pela Arena tendo sido eleito prefeito pelo PMDB governou Monsenhor Paulo de 01/02/1983 a 01/05/1986. Em seu mandato terminou a construção e inaugurou o Hospital Imaculada Conceição; terminou a terraplanagem da estrada que liga Monsenhor Paulo/Fernão Dias e inaugurou o serviço de DDD tendo deixado a prefeitura para candidatar-se a Deputado Estadual deixou o cargo para seu vice-prefeito Sr. Fabiano Assis Godinho.

Foi Deputado Estadual (Constituinte) de 1987 a 1990. Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento e Presidente da Comissão de Serviço Público (1987-1989). Foi secretário de estado da SELT – Secretaria Estadual de Esportes Lazer e Turismo.

Foi eleito Deputado Federal pelo PMDB, o terceiro mais votado de Minas Gerais, legislatura 1991-1994, tendo sido Primeiro-Vice-Presidente, Comissão de Finanças e Tributação: CD\ PMDB, 1991-1992; Suplente, Comissão de Educação, Cultura e Desporto: CD\ PMDB, 1991-1992; Titular, Comissão de Economia, Indústria e Comércio: CD\ PMDB, 1992; Titular, Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização: CN\ PMDB, 1992; Suplente, CPI Extermínio de Crianças e Adolescentes: CD\ PMDB, 1992; Suplente, CPI Mista Sistema Financeiro de Habitação: CN\.

 Condecorações:

Medalha do Mérito Legislativo, ALMG, 1989; Medalha Tiradentes, PM, MG, Belo Horizonte, 1989; Medalha Santos Dumont, Prata, Governo do Estado de Minas Gerais, 1989; Medalha Santos Dumont, Ouro, Governo do Estado de Minas Gerais, 1990.

Em 1996 foi eleito prefeito de Monsenhor Paulo e reeleito em 1980 exerceu o cargo de chefe do município de 1997 a 2004.

Terminando seu mandato passou a dedicar tempo integral a sua atividade industrial, sem, no entanto, deixar de participar de atividades partidárias.

Casado em 26 de dezembro de 1968 com Raquel Firmino de Moura tem os filhos: Luciana Moura Belato, psicóloga e comerciante; Letícia Moura Belato,farmacêutica e comerciante e José Adamo Belato Junior, administrador de empresa e industrial.

 

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BELATO, José

 

* dep. fed. MG. 1991-1995.

 

 

 

José Adamo Belato nasceu na cidade de Monsenhor Paulo (MG) no dia 25 de outubro de 1946, filho de Atílio Bellato e de Maria Nair Caovilla Bellato.

 

Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a conseqüente reorganização partidária, ingressou no Partido Popular (PP), liderado por Tancredo Neves, agremiação da qual foi um dos fundadores. Com a incorporação do PP ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em fevereiro de 1982, elegeu-se nessa legenda prefeito de sua cidade natal no pleito de novembro de 1982, assumindo o mandato no início do ano seguinte.

 

Desincompatibilizou-se do cargo de prefeito e, em novembro de 1986, elegeu-se deputado estadual constituinte, deixando a Prefeitura para assumir o mandato em fevereiro do ano seguinte. Na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, no período de 1987 a 1989, foi vice-líder do governo, presidente das Comissões de Finanças e Orçamento e de Serviço Público, vice-presidente da Comissão de Proteção e Defesa do Consumidor e membro suplente da Comissão de Turismo. Em julho de 1989 licenciou-se do mandato de deputado estadual para assumir a Secretaria Estadual de Esportes, Lazer e Turismo no governo de Newton Cardoso (1987-1991), permanecendo na pasta até o ano seguinte.

 

No pleito de outubro de 1990 elegeu-se para a Câmara dos Deputados. Foi empossado em fevereiro do ano seguinte, ocupando a primeira vice-presidência da Comissão de Finanças e Tributação. Na sessão de 29 de setembro de 1992, votou a favor da abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de envolvimento num amplo esquema de corrupção comandado pelo ex-tesoureiro de sua campanha eleitoral, por Paulo César Farias. Afastado da presidência após a votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.

 

Nas principais votações da legislatura, Belato votou a favor da criação do Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao governo gastar 20% da arrecadação de impostos sem destiná-los obrigatoriamente aos setores de saúde e educação, da criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), fixado em 0,2%, como fonte complementar de recursos para a saúde, e do fim do voto obrigatório.

 

Disputou a reeleição em outubro de 1994, na legenda peemedebista, obtendo a primeira suplência. Deixou a Câmara dos Deputados em janeiro de 1995, ao fim da legislatura.

 

 

 

FONTES: ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertórios (1991-1995, 1995-1999); Folha de São Paulo (18/9/94); Perfil parlamentar/Isto É.

 


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                                                                      Pedro Paulo Pagani


pedro paganiFilho caçula da numerosa família do ex-prefeito Sr. Ademar dos Santos Pagani e D. Mariana Batista Pagani, já falecidos, Pedro nasceu aos 18 de abril de 1962 em Monsenhor Paulo onde cursou o ensino primário e ginasial respectivamente na Escola Estadual Professor João Mestre e Escola Estadual Padre Rogério Abdala. Muito jovem ainda, trabalhou no comércio local com seu pai.

Aprovado em concurso público pela extinta Minas Caixa, trabalhou em Campinas, Guaxupé, Guaranésia e Varginha. Formou-se bacharel em direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Casado com a Sra. Marta Helena Belato, filha do ex-prefeito José Fábio Belato e de D. Raquel Baldim Belato tem os filhos: Pedro Henrique e Mariele.

Dinâmico e empreendedor, Pedro tornou-se um empresário de sucesso. Proprietário da Madeireira Belato & Pagani na vizinha cidade de Varginha. Sempre participou ativamente da vida política, social e religiosa de Monsenhor Paulo, cidade da qual foi prefeito por dois mandatos de 01/01/2005 a 31/12/2012.



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                                                                      Padre Fernando Salles da Silveira


     Padre Fernando Sales da Silveira          Cônego Fernando nasceu em Monsenhor Paulo, em 19 de setembro de 1910, filho de João Batista da Silveira "João Mestre" e de D. Maria da Conceição Sales da Silveira.

            Concluiu seus estudos primários no então povoado de Ponte Alta, onde seu Pai João Mestre foi o primeiro  professor do arraial de Ponte Alta, hoje cidade de Monsenhor Paulo, seguindo para o Seminário Nossa Senhora das Dores de Campanha (MG), posteriormente terminando seus estudos no Seminário Maior São José de Mariana no Estado de Minas Gerais, sendo ordenado sacerdote em 5 de dezembro de 1937. Sua primeira paróquia foi a pequena cidade de Alagoa (MG) onde exerceu com zelo e dinamismo seu apostolado.

           Padre Fernando tomou posse como vigário de Monsenhor Paulo em 28 de abril de 1946, dando inicio a uma grande campanha para terminar as obras de construção da matriz e casa paroquial com apoio do Cel. Flavio Augusto Fernandes, Presidente da comissão de construção da matriz e em 16 de março de 1947, o vigário inaugurou a Matriz e Casa Paroquial e posteriormente construiu as igrejas das comunidades rurais Esmeril e Tijuco Preto.

         Batalhador incansável pelas causas de Monsenhor Paulo, teve papel decisivo no processo de emancipação do município. Lutou pela criação e instalação do Grupo Escolar Professor João Mestre (João Batista da Silveira) nome de seu querido pai e criou também a banda de música municipal e a União Esportiva Paulense - UEP, time de futebol da cidade.  

         . “Em 1948, com os esforços de seus habitantes, tendo à frente o padre Fernando Sales da Silveira e o Deputado Dr. Waldir Lisboa, com apoio de: Dr. Manoel Valadão, Medico Prefeito da Campanha, Monsenhor João Batista da Silveira seu irmão e vigário de Três Pontas MG, foi criado pela Assembléia Legislativa, através da Lei 336, de 27 de dezembro de 1948, sancionada pelo governador Milton Campos, o município de Monsenhor Paulo, desmembrado do município da Campanha. E nomeado independente pelo Dr. Geraldo de Souza Medeiros, advogado de Belo Horizonte e delegado especial o capitão Virgílio Fraga."  
Transcrito do site www.nossaponte.com.br

           Em 1953 o Padre Fernando Sales da Silveira foi transferido para outras paróquias tendo exercido sua ação pastoral em Campanha (MG) Itumirim(MG),Cachoeira Paulista (SP) Itamonte(MG), Tres Pontas (MG) e Boa Esperança (MG)
 
           Trabalhou na Secretaria da Educação do Estado de Minas, em Belo Horizonte, na gestão do Governador Aureliano Chaves, amigo da família Silveira.
Nomeado Diretor da Escola Estadual Padre Bento,em Dom Joaquim(MG), Vale do Jequitinhonha, residiu na Casa Paroquial e reformou, com a ajuda da população local, o prédio da referida escola que estava em péssimas condições.

Realizando obras na área de Educação e Templos Religiosos em todas as cidades, posteriormente foi promovido a Cônego pelo Bispo Dom Othon Mota e em 1975 foi trabalhar na secretaria de administração do governo de Minas em Belo Horizonte, com o então Secretario da Educação Deputado Dr Lourival Brasil.

            Neste período batalhou por outras obras para a nossa cidade, entre elas o asfaltamento da rodovia que liga Monsenhor Paulo à BR 381 - Fernão Dias. Ajudou o prefeito da época, José Benedito de Oliveira, conseguir que, pela primeira vez, um governador de Estado - Dr. Aureliano Chaves de Mendonça visitasse nossa cidade, e aqui assinou o decreto de licitação para contratação da construtora para fazer a terraplanagem da estrada de Monsenhor Paulo a BR 381 Fernão Dias .
            Em 198l, retornou a paróquia de Monsenhor Paulo em substituição ao saudoso Monsenhor Geraldo Magela , como vigário apoiou as festas folclóricas religiosas, e já com a saúde debilitada faleceu em 26 de julho de 1982.

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                                                                      Padre José Ribeiro da Silva

                                                                     
padre jose ribeiro bioMonsenhor Paulo, cidade pequenina em tamanho, mas imensa e rica em filhos que, por este Brasil a fora, se destacam e contribuem para o crescimento e desenvolvimento das comunidades que os acolhem.

Exemplo disto é o paulense José Ribeiro da Silva, que possui uma belíssima trajetória de vida dedicada a cuidar da vida espiritual de seu rebanho e a fazer o bem por onde passa. 
José Ribeiro da Silva é filho de Antônio Pereira da Silva e Rita Cândida Moreira da Silva. Seu nascimento se deu no dia 06 de fevereiro de 1927, na antiga Ponte Alta, hoje Monsenhor Paulo. Foi batizado na capela do Mundo Novo, pelo padre Pedro Storms. Crismado em 18 de agosto de 1933, em Campo do Meio, pelo Bispo Dom Inocêncio Engelke.

Nascido de uma família humilde e muito religiosa, desde pequenino manifestava inteligência vivaz e, pelo seu comportamento, sinalizava o que realmente aconteceu: que se transformaria em um cidadão honrado, alguém que dedicaria sua vida a amar incondicionalmente o próximo.
Em 11 de fevereiro de 1939 foi matriculado no Seminário Nossa Senhora das Dores de Campanha. Recebeu as ordens menores em Monsenhor Paulo, nos dias 7 e 8 de dezembro de 1947. Em Passa Quatro, recebeu o Subdiaconato em 18 de dezembro de 1948, o Diaconato em Mariana no dia 31 de outubro de 1949, finalmente, no dia 8 de dezembro de 1949, dia dedicado a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira de sua cidade natal, foi ordenado sacerdote, aos vinte e dois anos de idade.        
Em 30 de agosto de 1953, recebe do Senhor Bispo da Diocese da Campanha a missão de cuidar da vida espiritual de seus conterrâneos, e assim, toma posse como vigário da paróquia de Monsenhor Paulo, cidade onde nascera e que o recebeu de braços abertos. Padre Zé Ribeiro, como era carinhosamente chamado, não se limitou às suas funções de vigário. Transformou-se no amigo, na pessoa com quem se podia contar nos momentos alegres e nos momentos tristes também. Era procurado por todos e a todos atendia, com um sorriso e uma palavra amiga, encorajadora e, principalmente, de fé. Era como se fosse membro de cada uma das famílias daquela comunidade.Quanta criança batizou! Quantas ele preparou para a Primeira Eucaristia! Foram inúmeros os jovens que receberam dele a bênção nupcial e também a muitos amigos ele acompanhou até a última morada! Dotado de uma inteligência ímpar, de uma capacidade sem medidas, um homem de fácil convivência e empreendedor, teve oportunidade de fazer o bem e, de certa forma, contribuir para o desenvolvimento da cidade de Monsenhor Paulo.

Mas, no dia 9 de junho de 1956, a pedido do então bispo diocesano, D. Inocêncio Engelk, Padre Zé Ribeiro deixou sua terra natal para pastorear outro rebanho, assumindo a paróquia de Sant’Anna, na cidade de Santana da Vargem.

Foi com enorme tristeza que os paulenses despediram-se de seu vigário e conterrâneo, mas com a plena certeza de que ele iria continuar sua trajetória, fazendo o bem e ajudando outras pessoas.        
A pequena comunidade de Santana da Vargem mal podia imaginar quanto lhe seria importante a vinda daquele padre.  Que transformação iria ocorrer naquela cidade devido à visão de futuro daquele sacerdote!Na época, a cidade possuía apenas uma igreja de madeira e o desenvolvimento ainda era lento e inexpressivo. Padre Zé Ribeiro percebeu que seus fiéis eram pessoas honradas e firmes no trabalho, porém necessitavam de uma liderança que os levasse a transformar a cidade numa comunidade próspera e acolhedora.     À sua missão de pastor da Igreja, Padre Zé Ribeiro aliou a missão de político. Como político no verdadeiro sentido da palavra, passou a trabalhar principalmente pela melhoria da educação, com a criação de escolas e ampliação da oportunidade de retomada dos estudos àqueles que não a haviam tido na idade regular. Trabalhou ainda no sentido de promover a ligação asfáltica de Santana da Vargem ao eixo Belo Horizonte/São Paulo e aos principais pólos de desenvolvimento da região. Desta forma, como vereador e presidente da Câmara Municipal, sempre com atuação destacada e prestígio junto a políticos influentes, muito contribuiu para o desenvolvimento daquela cidade. No dia 8 de dezembro de 1999, ao completar 50 anos de sacerdócio, Padre José Ribeiro, uma pessoa iluminada e privilegiada por Deus, recebeu o satus de Monsenhor. Um merecido presente de aniversário, instituído pelo Papa João Paulo II. Hoje Monsenhor José Ribeiro ainda pastoreia seu rebanho. Seus cabelos se tornaram brancos como a neve e sua voz já não é tão firme, mas o coração continua cheio de amor pelos seus paroquianos e pelo seu Deus, que a vida inteira soube amar e levar a cada canto por onde passou.Monsenhor José Ribeiro não se esqueceu e nem foi esquecido pelos conterrâneos e ex-paroquianos. Sempre que pode, vem a Monsenhor Paulo para realizar, ora um batizado, ora o casamento de uma pessoa querida. Também está sempre “presente” na festa anual do “Paulense Ausente”, quando aproveita para visitar e abraçar os inúmeros amigos, compadres e comadres que aqui deixou.

Autora: Vera Lúcia Belato Baldim

OBS: Padre José Ribeiro da Silva faleceu, em Santana da Vargem, em janeiro de 2012

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                                                     Padre Rogério Abdala

 

padre rogerio2Nascido em Campos Gerais, estado de Minas Gerais, no dia 16 de setembro de 1935, Padre Rogério Abdala era filho do casal de libaneses Sr. Feres Abdala e D. Sada Nasser Abdala.
Realizou seus estudos iniciais na Escola Estadual Carlos Góis, em sua terra natal.
Aos 12 anos de idade foi para o Seminário Nossa Senhora das Dores de Campanha e posteriormente para o Seminário São José de Mariana e Belo Horizonte onde cursou Filosofia e Teologia.
Recebeu as ordens sacerdotais, em 16 de julho de 1961, das mãos do Bispo Diocesano Dom Othon Motta, em Campos Gerais.
Foi vigário coadjutor nas Paróquias de Nepomuceno e São Sebastião em Varginha.
Em 27 de janeiro de 1963 foi nomeado vigário da paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Monsenhor Paulo.
Quando Pe. Rogério chegou, a única distração dos jovens paulenses, era a praça da Igreja, onde à noite, os jovens caminhavam ao seu redor, sem chegar a lugar algum.
No ano anterior a sua chegada, 1962, alguns jovens recém formados nos Colégios internos das cidades vizinhas, se juntaram aos demais, numa solidão e falta de perspectiva. Uma delas foi procurada por quatro moças de tradicional família que também queriam dar continuidade aos seus estudos. A notícia foi se espalhando e mais interessados apareceram. Formou-se uma classe de 15 alunos.
Uma certa noite, sexta-feira, dia em que Padre Rogério vinha para a sua paróquia, faltou energia elétrica na cidade, a professora Wanny Câmara Furquim  reuniu seus alunos e todos se dirigiram à praça da Igreja.
Padre Rogério, observando aquela movimentação, aproximou-se do grupo, participando da aula. Com certeza, em sua cabeça, passou a idéia maravilhosa de criação de uma escola de 1º grau (do admissão à 4ª série, hoje 2º ano do ciclo intermediário ao 2º ano do ciclo avançado).
No dia seguinte, Pe. Rogério pediu a presença da professora Wanny, na Casa Paroquial e ambos fizeram um plano de ação, para organizar a futura Escola. Deste momento em diante, chamou para si, toda a responsabilidade do ensino, em Monsenhor Paulo. Viajou para Três Corações onde funcionava a Seccional do Ensino e se informou sobre os procedimentos imediatos a serem tomados. A professora Wanny realizou a matrícula para fazer um levantamento de dados.
Graças ao espírito empreendedor e pioneiro de Pe. Rogério, de seu trabalho persistente, sua campanha de conscientização (durante as missas e visitas às casas), de seu incentivo levando  a cada lar mensagens através dos boletins paroquiais, abriu-se um novo horizonte para os que queriam estudar.
Pe. Rogério apresentava uma personalidade forte, falava às claras, sem nada temer. Para estar mais em contato com os jovens, abriu as portas da Casa Paroquial e providenciou uma vida mais social, com jogos, dança. Lá se conversava, jogava-se e dançava. Ele se preocupava com o ser humano e em criar ambiente de lazer sadio, defendia os ideais dos jovens.
Os mais velhos ficaram horrorizados com a atitude do pároco. Mas ele tinha seu objetivo, cativar, orientar, incentivar.
Enviada a documentação exigida, a Seccional autorizou o funcionamento da Escola Paroquial em 14/02/62. Então, o líder Pe. Rogério arregimentou mais gente para a causa da Educação.
Organizou-se o 1º Exame de Admissão com a presença do Inspetor Escolar Dr. Edmundo Nogueira e membros da comissão examinadora constituída pelos professores: Geraldo Belato Teixeira, Wanny Câmara Furquim, Maria Aparecida Rezende, Dr. Ary Tavares e Emília Orminda de Carvalho.
No dia 08/03/64, o Ginásio Paroquial foi instalado com a presença de várias autoridades locais e cidades vizinhas. O prédio da E. E. Professor João Mestre foi cedido pelo Estado para funcionamento da Nova Escola, ordem expedida pelo Sr. Secretário da Educação Sr. José de Faria Tavares conseguida por Pe. Rogério. O funcionamento era noturno. Devido os problemas surgidos com limpeza, falta de pessoal, a Escola foi transferida para um prédio pré-fabricado, construído pelo Estado, à Rua José Américo, s/nº.
Padre Rogério realizava suas viagens em prol da comunidade ora, em Três Corações, Belo Horizonte, Campanha sem receber ajuda financeira de ninguém. Tudo corria por sua conta. Conseguiu a vinda das Irmãs de Sion para dar aulas, também alguns padres que tinham habilitação para lecionar. Transportava irmãs e padres no seu carro, mesmo assim começou encontrar dificuldades. Conseguiu que algumas Irmãs de Sion residissem em Monsenhor Paulo; arrumou acomodação para elas. Visando o futuro, tirou o professorado do marasmo e de comodismo e providenciou para algumas professoras paulenses frequentarem o "Curso de Cades", em Três Corações, entre elas Wanny, Maria Aparecida Rezende e Emília Orminda de Carvalho. Curso este que preparava professores para o Exame de Suficiência "Concurso Público". Aí iniciou o progresso dos professores que se submeteram e foram aprovados em concurso público para lecionar de 5ª a 8ª série. Animados com os resultados e incentivados por Pe. Rogério estes elementos se ingressaram na Faculdade de Filosofia, em Três Corações.
Nesta mesma ocasião, numa vibração sem precedente, estimulou os jovens paulenses na prática de esporte.
Inscreveu os times de voley e futebol, nas Olimpíadas em Campanha. As equipes inscritas sempre chegavam à decisão final. Na IX Olimpíada, Monsenhor Paulo ficou para a final e conseguiu ser vice-campeã (voley feminino). Os paulenses viveram um clima de autêntica festa de desporte amadorista.
O progresso foi trazendo requintes. Daí sob a liderança de Pe. Rogério começou a campanha pró-construção do Ginásio, depois de ter conseguido junto à Cúria Diocesana e doação do terreno.
Os movimentos em prol da construção foram os seguintes:

n    Festa de São Sebastião; (organização de concurso de barracas Rancho Alegre e Primavera)
n    Abertura de um livro "Livro de Ouro" em benefício da Escola (uma comissão foi constituída para procurar assinantes)
n    Várias campanhas como: fornecimento de um dia de leite entre os fazendeiros; também entre fazendeiros a doação de pedras, areia e transporte. Os pedreiros doaram um dia de serviço. Os professores os vitrôs..
n    Rifas de televisão, etc...

Padre Rogério conseguiu também ajuda do Estado com verbas do plano "Aliança para o Progresso".
Organizou o Grêmio Estudantil que promovia eventos em benefício da Escola.
Foi o primeiro diretor da escola. Como não podia permanecer o tempo integral, na cidade, visto continuar com alguns encargos, em Campanha, conseguiu junto à Secretaria de Estado da Educação o comissionamento da professora Wanny para substituí-lo, quando estivesse ausente. Trabalhou incansavelmente para estadualizar o ensino.
Organizou a comissão para a construção do prédio próprio para funcionamento da Escola Presidente Kennedy.
Em dezembro de 1965 o Sr. Governador do Estado, Dr. José Magalhães Pinto, criou o Ginásio Estadual Presidente Kennedy.
A comissão pró-construção entregou o prédio pronto em 20 de janeiro de 1966, quando se deu a instalação do Ginásio Estadual. Em 1968 o 2º grau foi autorizado.
Padre Rogério foi empossado, nesta mesma data e permaneceu até março de 1970. Em todo período, em Monsenhor Paulo, Pe. Rogério foi o vértice da família paulense. Foi agraciado com o título de "Cidadão Paulense". É sempre lembrado como "Símbolo de Ensino", em Monsenhor Paulo.
Por algum motivo desconhecido, Pe. Rogério se propôs mudar de Diocese e deixou a cidade de Monsenhor Paulo, no dia 09 de março de 1970.
Padre Rogério deixou Monsenhor Paulo e se mudou para Belo Horizonte onde desempenhou várias atividades ministeriais: Capelão do Instituto Santa Tereza, Capelão do Abrigo da Polícia Civil, Capelão da Casa de Detenção Antônio Dutra Ladeira, Vigário na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, em Roças Novas. Neste interim, cursou a Faculdade de Direito.
Foi agraciado com 3 medalhas de Honra ao Mérito: Santos Dumont, Inconfidência  Mineira e Almirante Tamandaré.
Diretor do SESI Benjamim Guimarães onde trabalhou 18 anos e se aposentou.
Dizimado pela doença (câncer) quando ainda estava em Belo Horizonte, internou-se em Campinas onde se submeteu a primeira cirurgia, no intestino. Com a saúde enfraquecida voltou à sua terra natal para ficar junto aos seus familiares. Em pouco tempo teve necessidade de nova intervenção cirúrgica realizada no Hospital Alzira Velano, em Alfenas. Por coincidência, o médico chefe foi um ex-aluno da Escola Estadual Presidente Kennedy - Dr. José Ademar Baldim.
Padre Rogério faleceu no dia 19 de dezembro de 1994. Foi sepultado em Campos Gerais, sua terra natal. Nós paulenses estivemos presentes, nesta data que foi uma data sentimento, uma data tristeza, uma data gratidão. A angústia visitou todos da comunidade de Monsenhor Paulo e todos recordavam o Pe. Rogério que Deus premiou com a facilidade da oratória e de entender os que o procuravam. Foi exemplo de integridade moral, possuidor de uma personalidade e uma convicção de seus ideais extremamente marcantes.

Biografia elaborada por Wanny Câmara Furquim Baldim.

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                                                                                           Monsenhor João Batista da Silveira

                                                                                      

                                                                                 

Nascido em Monsenhor Paulo, em 5 de maio de 1889, filho de João Batista da Silveira "João Mestre" e de D. Maria da Conceição Sales da Silveira, foi vigário da Paróquia Nossa Senhora da Ajuda de Tres Pontas, por muitos anos.  Mereceu em vida o titulo de cidadão daquela cidade, pela sua figura humana e obras que marcam indelevelmente os corações agradecidos daquela cidade. Por longos e longos anos paroquiou este município com firmeza, inteligência e, acima de tudo , impregnado do espírito altruísta. Preocupou-se com a saúde corporal de nosso povo construindo a Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis, Maternidade Nossa Senhora de Fátima, o Ginásio São Luiz, a Escola Normal Coração de Jesus e tantas outras obras que muito tem servido aos trespontanos. Faleceu dia 13 de junho de 1966, viveu para Deus em toda sua plenitude, amado a Ele e ao próximo. Seu corpo repousa na Matriz Nossa Senhora D´Ajuda que ele mesmo construiu em tempo recorde, mas seu nome, sua figura alegre e dinâmica, seu coração trespontano e suas obras ficarão eternamente cravadas na pedra de nossa gratidão

 

por Roger Campos / 

 

 



                                                                      Sebastião Aristheu Vallias

Sebastião Aristheu Vallias, o Mestre, nasceu na Fazenda Nossa Senhora das Vallias, no município de São Gonçalo do Sapucaí, em 29 de Julho de 1896. Era filho de José Vallias de Rezende e Edwiges Ferreira da Silva.

Aos 32 anos de idade, casou-se com Maria Salomé Leal de Mello em 28 de Novembro de 1928, Salomé era filha de João Candido de Mello Sobrinho e Laureana Bittencourt Leal, dessa união nasceram 11 filhos: Gilberto José, Magda Maria, Agliberto José, Myriam, Nilma Teresa, Fausto Hermano, Marcelo José, Maria Angélica, Wagner Luís, Vera Lúcia e Marcos José. Myriam, formada dentista pela Faculdade de Odontologia de Alfenas, o ajudava no atendimento aos numerosos clientes. Com o falecimento de D. Salomé em 1953, Sebastião casou-se em segundas núpcias com Dalva Corrêa com quem teve três filhos: Adjaniro, Edwando e Sonia Mara.

O Mestre mudou-se para a povoação de Ponte Alta, hoje Monsenhor Paulo no ano de 1934 exercendo a profissão de dentista. Como em Ponte Alta não havia médico, ele exercia, muitas vezes, além da profissão de Dentista, o papel de "doutor" - daí seu cognome de "Mestre". Encanava braços e pernas, tirava objetos do nariz de crianças, lancetava furúnculos, furava orelhas das meninas, removia alianças em dedos inchados e até extraiu dois dentes da cabeça de um jogador de futebol de Campanha, em um jogo em Ponte Alta, quando houve um choque de cabeças entre dois atletas.

O Mestre era uma pessoa muito social e animada, promovia brincadeiras dançantes (bailinhos) na sala de sua residência. Preparava o famoso "leite de onça" que a moçada toda gostava. Fazia tachadas de goiabada que armazenava em caixas de madeira e, fazia questão de distribuir aos clientes que iam tratar dos dentes. Era um homem respeitado e querido por todos. Apesar de não ter nascido em Monsenhor Paulo, terra que sempre amou, dizia com orgulho, que era um verdadeiro Paulense. Nove de seus filhos nasceram em Monsenhor Paulo. Idoso, mudou-se para a cidade de São Paulo, onde faleceu em 23 de julho de 1971.  
Monsenhor Paulo deve ao Mestre uma homenagem pelos anos dedicados, incansavelmente, ao povo paulense. Seria ótimo que o poder público o homenageasse dando seu nome a uma das ruas de Monsenhor Paulo.

Biografia eleborada por Vera Lúcia Leal Vallias



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                             Benedito Domingos Godoi

 

dito boiadeiro1Carinhosamente chamado de Dito Boiadeiro, Benedito Domingos Godoi nasceu em Monsenhor Paulo, cidade de Minas Gerais em 11 de julho de 1938, filho de José Pedro Godoi e Maria Carlota Papini Godoi, foi batizado pelo padre José Divino e crismado pelo Bispo Diocesano de Campanha, Dom Inocêncio. Fez seus estudos com as professoras D. Alice Brasilino de Souza e D. Maria Totti.

 

Começou a trabalhar muito cedo na construção civil, onde aprendeu ofício com o senhor João Estevam.

 

Aos 18 anos casou com Jandira Arantes Ramos, filha de Pedro Osório Martins e Carmen Arantes Ramos. Dessa união vieram 05 filhos: Odilon, José Flávio, Luiz Arnaldo, Tadeu e Carlota Mara.

 

Por volta de 1966 mudou sozinho para Igaratá para trabalhar na construção da nova cidade, visto que a antiga seria inundada por lago formado por grande barragem que se erguia no local.

 

Em Igaratá Benedito trabalhou como mestre de obras, por muitos anos na construção de casas.

 

Com carisma, alegria e vontade de ajudar a todos, mesmo com o pouco que tinha tornou-se querido pelas pessoas da cidade.

 

Trabalhou incansavelmente na construção das casas, com ajuda de seus novos amigos.

 

Com muito trabalho e dedicação, chegou o dia de buscar esposa e filhos para morar todos juntos, que alegria e que felicidade sentiu! Amenizou a saudade que sentia da família.
Jandira sua esposa teve uma grande participação em sua trajetória, cuidando dos filhos, ainda pequenos.

 

Por volta de 1976, Benedito Arantes, candidato a prefeito, percebendo que Dito Boiadeiro era muito querido por todos, aonde ele chegava sempre ajuntavam pessoas para conversar, com muita alegria e respeito. Veio o convite para se candidatar a vereador. Não se elegeu, pois não pedia votos. Ele achava que seu jeito honesto de bom coração, bom pai e bom marido já dizia tudo.

 

Ficou como suplente, e, com a saída do vereador Inácio Fortes, tomou posse na Câmara Municipal de Igaratá.

 

Benedito comprou uma frota e taxi e começou a trabalhar em uma nova profissão, posteriormente, vendo que não era o que queria, desistiu.

 

Benedito herdou a espiritualidade de seus pais, rezava o terço com a família todos os dias, tornou-se Ministro Extraordinário da Eucaristia; levando a comunhão aos enfermos bem como a palavra de fé e esperança nas celebrações que fazia sempre que o convocavam.

 

Irmã Paula Guimarães Nunes, responsável pela Matriz Nossa Senhora do Patrocínio, muito ajudou Benedito em sua jornada de ajudar as pessoas, visitando os doentes, sempre pronto a oferecer seu ombro amigo, e palavras de consolo.

 

Um homem simples, porém cheio de sabedoria, sempre tinha palavras certas nos momentos certos.

 

Por volta do ano de 2014 mudou-se Monsenhor Paulo, sua cidade natal.

 

Benedito faleceu em 10 de maio de 2015, aos 78 anos de idade, cercado do carinho de familiares e amigos e na paz de Deus.

 

Carlota Mara Ramos Godoi.  

 

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                                                                                       Vìrgilio Caovila

Filho   de renomada família paulense, de origem italiana - Sr. Adamo Caovilla e Dona   Adélia Baldim Caovilla.
Um dos   mais velhos dentre os muitos irmãos, fez em Ponte Alta, com Dona Guilhermina,   os primeiros estudos. Estudou também no Colégio dos Irmãos Maristas, em   Varginha.

Em   Ponte Alta, hoje Monsenhor Paulo, se firmou como fazendeiro, seguindo o já   bem sucedido trabalho de seu pai.

Casado em 22 de junho de 1941 com D. Olga Baldim união essa que teve 14 filhos:
Maria da Conceição (falecida criança), Maria Ignez, Ivo, Ione, Ilza, Iracema, Ilma, Ivete, Ivam, Ismênia, Iris Antônio, Irvalene, Ismar e Islane. 

 

Todos   se lembram da tradicional e primeira máquina de beneficiar arroz e café do   sr. Virgílio, por sinal, convidativo ponto de excursões escolares.
Ao lado   do recém-ordenado Padre Fernando, batalhou em prol da emancipação de   Monsenhor Paulo. Foi vereador, de março de 1953 a março de 1955, compondo com   sua respeitável presença a segunda legislatura da Câmara Municipal, na gestão   do prefeito sr. Joaquim Totti.

Fato   expressivo de fé na vida do personagem, ressaltamos sua resignação, durante o   longo período em que, vitimado por um acidente, viu-se obrigado a permanecer   imobilizado no leito.
Entretanto,   mesmo nestas penosas circunstâncias, soube com pulso firme, conduzir os   passos de sua numerosa família.

O sr.   Virgílio, com incontestável reconhecimento de toda a comunidade, desfrutou da   serenidade de que são merecedores os que, corajosamente, enfrentaram e   venceram a árdua batalha do dia-a-dia.

Cercado   pelo carinho de sua família e confortado pelos sacramentos da Igreja Católica   da qual foi participante ativo, o sr. Virgílio veio a falecer em três de dezembro de 1992. 

        


          

                                                   TIA JANE – UMA HISTÓRIA DE VIDA

tia jane     Estava escrito que aquele 15 de janeiro seria mesmo um dia especial. Por
entre as dores do parto, brilhou o sorriso da mãe – Mariana – quando ouviu o choro
e, logo em seguida lhe foi apresentada uma linda menina, de pele clara, fartos
cabelos castanhos e bochechinhas rosadas.

     O pai – Ademar – todo orgulhoso e feliz decidiu que ela se chamaria Joana, ou
melhor, Joana Batista, numa homenagem singela ao santo de devoção, ou talvez a
sua tia Joana, irmã de sua mãe Angelina.

     Os irmãos, Fiíca (Geralda) Getúlio, Zezé, Jovita, Mazinho (de tão saudosa
memória!), Toninho e Tadeu, com grande expectativa, acolhiam o bebê que vinha
juntar-se a eles, tornando ainda mais completo aquele lar.

     A garota crescia, rodeada de irmãos e cercada pelo carinho e ensinamento
dos pais. Joana, Nana, Janinha, e... Jane. Assim ficou sendo carinhosamente
chamada e conhecida.

     Vida difícil, muitos filhos para criar e os problemas não eram poucos. Mas,
naquele lar, predominava a alegria. Casa sempre cheia de amigos, compadres,
comadres e agregados. Nunca faltando atenção, mão estendida ou um lugar à mesa
a quem chegasse.

     E a cada ano, Deus continuava derramando suas bênçãos sobre aquele lar e
a menina Jane, ganhava mais irmãos e irmãs: Angelina, Felizardo, as gêmeas
Jandira e Janete, e o caçula – Pedro Paulo.

     A infância livre e feliz na pequenina Monsenhor Paulo, As cantigas de roda,
as brincadeiras na rua e até de “bandido e mocinho” nas palhas de arroz da
máquina do Sr. Waldemar.

     A descoberta das primeiras letras, pelas mãos da meiga professora D. Neide,
no Grupo Escolar Professor João Mestre. A continuidade dos estudos no Ginásio
Estadual Presidente Kennedy, sob o olhar atento e severo do Diretor Padre Rogério
Abdala.

     Mas, a vida realmente não era fácil e havia muito que ajudar, nas tarefas
domésticas, no balcão da venda ou do açougue e, principalmente pajeando os mais
novinhos.

     E entre folguedos, trabalho e estudo, foi a menina se transformando em
adolescente, moldando seu caráter e desenvolvendo a alegria de viver, traço que
seria marcante ao longo de sua vida.

     E então, de repente... O coração despertando para o amor, o primeiro
namorado... E o destino, como que numa gostosa brincadeira lhe reserva o João
Bosco. Joana, João. Tem início ai uma linda história de amor. A sublime união, o
amor concretizado: Joanita e Ana Rosa, presentes de Deus, transformando-a em
uma mãe tão especial!

     Aos poucos vai se delineando a figura da “Tia Jane”: já normalista, a
escolinha lá embaixo, no início da Rua Coronel Zoroastro de Oliveira. O carinho e o
amor pelas crianças. A alegria que a fazia sentir-se uma delas... Agora já é
professora regente na mesma escola onde iniciara seus estudos.

     Mas, Tia Jane é guerreira! Não para por aí. Sua meta, o Curso Superior -
Pedagogia – a especialização, a pós-graduação. E eis a Tia Jane dirigindo a Escola
Estadual Professor João Mestre. Mas não se torna simplesmente uma diretora. Vai
além, vira amiga, irmã dos funcionários e segunda mãe dos alunos.

     A faculdade, a escola, a casa, o marido, as filhas. Tudo ela tira de letra, na
maior animação.

     Problemas, claro que os tinha. Mas sabia driblá-los muito bem. E seguia Tia
Jane, vida a fora, semeando alegria e repartindo amor: Amor maternal, estendido
aos sobrinhos queridos, repartido igualmente entre todos, sem distinção. Amor
fraternal, que se amplia alcançando cunhados e cunhadas. Amor filial
generosamente estendido ao sogro, Sr. Atílio e à “sogrona”, como carinhosamente
se dirigia à D. Nair.

     E Tia Jane é também festeira! Festa do Peão, Paulense Ausente, os bingos
na escola, as festas juninas, os carnavais, as festas da igreja, as reuniões de
amigos. Ah! Os amigos! Incontáveis amigos. Quantos se tornaram seus compadres e
comadres. O carinho e a palavra de afeto, aquilo que cada um precisava e gostava
de ouvir.

     Mas Tia Jane precisou partir.

     Partiu num dia ensolarado, no finalzinho do verão. Os pássaros não
deixaram de cantar, pois Tia Jane adorava música. O sol não deixou de brilhar, pois
os caminhos de Tia Jane sempre foram de muita luz. As nuvens não quiseram
nublar o céu, pois o azul era uma de suas cores favoritas.

     E as pessoas choraram muito. Não um choro desesperado, de quem perdeu
alguém para sempre, mas um choro tímido, até sereno, porque todos sabiam que
Tia Jane era “só alegria!”.

     Se Tia Jane virou estrela, tenho certeza de que é a mais bela e brilhante
estrela do céu. E todas as vezes que olharmos para cima, teremos a certeza absoluta
de que lá, todos estão em festa.

     Descanse em paz, Tia Jane!

     Seja feliz, minha comadre!

VERA LÚCIA BELATO BALDIM